Caracterização de pacientes com diagnóstico de COVID-19, classificados como grave ou em estado crítico, e tratados com plasma convalescente.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/1244474.16-67

Palavras-chave:

Imunização Passiva, Mortalidade Hospitalar, SARS-CoV-2

Resumo

A COVID-19 apresenta duas fases sequenciais: uma virêmica e outra inflamatória, sendo esta última associada a altas taxas de ventilação assistida. Pessoas idosas e com comorbidades têm maior probabilidade de desenvolver formas mais graves da doença. O plasma convalescente (PC) surgiu como opção de imunização passiva e, desde o início, um serviço privado de hemoterapia no Brasil coletou dados, utilizados pelo médico hemoterapeuta para liberação do hemocomponente, segundo critérios pré-estabelecidos. O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil de pacientes graves e em estado crítico e que receberam o tratamento (PC) entre julho e novembro de 2020. A análise de 239 pacientes revelou que 153 (64%) eram do sexo masculino; 132 (55,2%) tinham 60 anos ou mais; 159 (66,5%) apresentavam uma ou mais comorbidades e 53 (22,2%) estavam com 90 Kg ou mais. Ao fim do período de estudo, 83 (34,7%) pacientes foram a óbito. Essa taxa de óbito é maior que as reportadas para COVID-19 fora do Brasil, mas semelhante a estudos nacionais de pacientes com SRAG da era pré e pós-pandemia.  Embora as diferenças nos critérios de internação e nas características dos pacientes possam explicar algumas das discrepâncias observadas, o desequilíbrio na oferta e demanda, questões de gestão de leitos e até mesmo um colapso do sistema de saúde podem, em parte, revelar os motivos da alta mortalidade. Análises mais detalhadas são necessárias para melhor compreensão do impacto dos aspectos clínicos e demográficos na mortalidade da COVID-19 neste grupo de pacientes.

Downloads

Publicado

2023-05-11

Edição

Seção

Saúde