Aspectos psicológicos analisados em perícias judiciais de alienação parental
Resumo
O objetivo deste trabalho é discutir os resultados de perícias judiciais realizadas com crianças e adolescentes envolvidos em disputa de guarda, no âmbito da justiça estadual de Goiás, num município do interior, em relação a demandas de alienação parental. Situamos a questão na necessidade de considerar outras linguagens e epistemologias fora do campo hegemônico da psicologia jurídica, particularmente quanto às práticas de perícia psicológica. Desse modo, visa-se proliferar as narrativas, problematizando as concepções marcadas como alienação parental ou síndrome de alienação parental, afirmando variações de modos de avaliar e, portanto, subvertendo as fronteiras postas por práticas institucionalizadas. A referida pesquisa empregou como instrumento metodológico revisão bibliográfica e análise documental. Enfatiza-se a pesquisa como prática situada e parcial, feita a partir de um campo de pesquisa delimitado. Nesse breve percurso da pesquisa, os estudos apontam que a avaliação psicológica performa um papel institucional de testemunha. Ou seja, os aspectos psicológicos analisados apontam um papel ativo da psicologia de testemunhar no processo aquilo que pode ver; e, devido àquilo que vê, faz ver (momento instaurativo) a presença de um ponto de vista preciso da criança ou adolescente para além da polarização agressor-vítima, presente na demanda inicial de avaliação de alienação parental.