A tipagem ABO está associada com pior desfecho na COVID-19? Uma análise de pacientes com doença grave ou em estado crítico tratados com plasma convalescente.
DOI:
https://doi.org/10.29327/1244474.16-36Palavras-chave:
Infecção pelo SARS-CoV-2. Pandemias. Mortalidade. Sistema ABO de grupos sanguíneosResumo
O SARS-CoV-2 é o agente etiológico da COVID-19, que causou a pandemia que teve início em 2020, e apresenta altas taxas de contágio e de óbito. Sua patogênese inclui a ligação da proteína spike do vírus ao receptor ECA-2 na célula humana. Alguns fatores de risco para doença grave foram identificados e a tipagem ABO vem sendo foco de atenção, neste sentido, devido a uma provável capacidade do anticorpo natural anti-A de inibir a entrada do vírus na célula humana. O objetivo deste estudo foi avaliar a tipagem ABO em pacientes com COVID-19, com doença grave ou em estado crítico, diagnosticados entre junho e novembro de 2020 e tratados com plasma convalescente por um serviço de hemoterapia no Brasil. A proporção de pacientes A e AB foi maior do que a detectada em séries nacionais de doadores de sangue. Além disso, a taxa de óbito foi mais elevada em pacientes do grupo "não produtor de anti-A" (36,9% versus 33,1% no grupo "produtor de anti-A", p <0,001). Esses dados sugerem maior prevalência e mortalidade em pacientes do grupo sanguíneo A e AB afetados por formas graves de COVID-19 e vem de encontro com resultados de outros estudos publicados na literatura internacional. Análises mais detalhadas são necessárias para melhor compreensão do impacto da tipagem ABO na mortalidade da COVID-19.