Lesões causadas pelo uso de cigarro eletrônico e sua relação com neoplasias: Uma revisão sistemática da literatura
Resumo
Os cigarros eletrônicos (CE) foram desenvolvidos inicialmente como um dispositivo vaporizador de líquido com nicotina aerossolizado. O principal objetivo era fazer com que usuários do cigarro convencional, tabagistas, parassem de fumar. Desde então, houve um aumento de usuários e consequentemente uma doença relacionada ao uso do dispositivo surgiu, a lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico (EVALI). Objetiva-se com este estudo avaliar a relação do uso de cigarro eletrônico com o desenvolvimento de lesões e câncer de pulmão. Desse modo, foi realizado uma revisão sistemática buscando-se artigos nas bases de dados Scielo, Web of Science, LILACS e Pubmed (Medline), por meio de descritores Mesh/Decs, onde foram encontrados 45 artigos e selecionados 13, seguindo o protocolo PRISMA. Foi identificado que o cigarro eletrônico tem um potencial cancerígeno pelas substâncias liberadas. Dentre elas, foram destacadas a nicotina, acetato de vitamina E, metais pesados e mentol. Estas substâncias foram relacionadas a mais de 400 doenças, entre elas cardiovasculares, do sistema nervoso, respiratório e câncer. Foi visto que mais de 22% dos camundongos expostos diariamente a fumaça de CE desenvolveram adenocarcinoma de pulmão. Em humanos, foi evidenciado 1 caso de remissão total de nódulos pulmonares e hepáticos após parar de utilizar CE e em outro paciente usuário de CE foi diagnosticado carcinoma NUT em linha média. Foi apresentado também o aumento de casos de EVALI, principalmente em aparelhos com aditivos de tetrahidrocanabidiol (THC). Portanto, foi possível evidenciar a relação do uso de CE e neoplasias, seguido de lesões induzidas pelo aparelho.