Anticoagulação durante a infecção por SARS-CoV-2 em pacientes de um Centro de Terapia Intensiva no Centro-Oeste do Brasil

Resumo

É notório que a infecção pela COVID-19 afeta diretamente as células endoteliais. Alterações clínico-laboratoriais demonstram a presença de coagulopatia, cursando com manifestações graves em pacientes internados. Evidenciou-se que a coagulopatia é um importante marcador de morbimortalidade. Torna-se imperativo a análise dos tipos de terapias utilizadas, principalmente no que concerne os medicamentos que ainda não tem claras evidências cientificas dos seus mecanismos no curso da doença, como é o caso da heparina. O presente estudo possui cunho observacional, do tipo transversal, com abordagem quantitativa baseada na análise de prontuários de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Universitário de Rio Verde – Goiás. Ao analisar os dados, afirma-se que a ausência do hábito de tabagismo, aliado ao não diagnóstico de asma, mostraram-se como fatores de proteção em relação à mortalidade, isso se justifica pelas menores taxas de danos microvasculares trombóticos e de ações das citocinas inflamatórias. Houve queda do número de plaquetas, com desfecho clínico desfavorável, uma vez que a trombocitopenia foi associada ao maior risco de mortalidade intrahospitalar. O RNI apresentou relação com pacientes severos ou que evoluíram ao óbito. Por fim, apesar do número absoluto de óbitos em pacientes que fizeram o uso da heparina, comparando-se aos que não utilizaram, tenha sido maior, o estudo ainda carece de delimitações mais precisas centradas nessa medicação. Logo, sugere-se triagem sistemática de pacientes acometidos pela COVID-19, quanto à anticoagulação precoce nos enfermos graves internados na UTI, bem como análises dos desfechos em pacientes menos enfermos.