Impacto da migrânea na vida diária de acadêmicos de medicina e sua relação com a qualidade de vida

Resumo

Por ser considerado um dos cursos mais difíceis, os acadêmicos de Medicina apresentam destaque no desenvolvimento de situações emocionais e físicas que podem desencadear a cefaleia. Dentre elas, a enxaqueca é importante causa de incapacidade e prejuízo à qualidade de vida. Avaliar o impacto da migrânea na qualidade de vida de acadêmicos da Faculdade de Medicina de uma Universidade do Sudoeste Goiano. Trata-se de um estudo quantitativo, analítico e transversal. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário autoaplicável sobre cefaleia e qualidade de vida, sendo preenchido pelo formulário via Google. Foram incluídos acadêmicos de ambos os sexos, de 18 a 50 anos, que se propuseram a participar da pesquisa. Constatou-se que 25,9% dos estudantes possuem migrânea e, desses, 17% apresentam enxaqueca com aurea. Ademais, 59,3% apresentam impacto moderado na sua qualidade de vida. A probabilidade de ter migrânea foi maior entre os acadêmicos do segundo período (Or 2,61, IC 95% 1,16-5,89), os que possuem alguma doença associada (Or 11,86, IC 95% 3,61-38,93), que se queixam de dores (Or 5,01, IC 95% 1,72-14,60) e os que não praticam atividade física regularmente (Or 2,29, IC 95% 0,99-5,24). Os achados reforçam as causas multifatoriais da migrânea e a possível inclusão de diversas terapêuticas como exercícios físicos e fisioterapia. Considerando-se a vulnerabilidade dos acadêmicos de Medicina ao desenvolvimento da migrânea e seus impactos na qualidade de vida, constata-se a importância de investigar os fatores determinantes da enxaqueca entre esses estudantes, de modo a otimizar o tratamento e proporcionar maior bem-estar.