Mecanismos associados à possível transmissão vertical do SARS-CoV-2
DOI:
https://doi.org/10.29327/1244474.16-18Palavras-chave:
COVID-19. Gravidez. Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas. Vacinas contra COVID-19.Resumo
A gravidez associada a infecção pelo SARS-CoV-2 pode ser letal para mãe e para o feto, e a prematuridade é mais frequente em pacientes infectadas. Entretanto, a possível transmissão vertical ainda é um assunto divergente no meio científico, onde a veracidade e os possíveis mecanismos ainda não estão completamente estabelecidos. Realizamos uma revisão sistemática, previamente registrada na OSF (https://osf.io/ybt8x/?view_only=b62dc26ca157432dabcc56d40f9cc32a), por meio de descritores DeCS/MeSH e operadores booleanos, nas bases de dados Embase, PubMed e Web of Science, com a seleção pela triagem e leitura do texto completo, objetivando avaliar a ocorrência da transmissão vertical, com foco no desfecho. Constatamos que a expressão do receptor 2 da enzima conversora de angiotensina (ACE2) na interface materno-fetal envolvendo a placenta e a decídua, ainda que mínima, expõe uma situação em que o SARS-CoV-2 pode invadir, danificar e aumentar a permeabilidade placentária, resultando no acometimento infeccioso do feto. A transmissão, quando presente, não é dependente direta da gravidade da progressão da doença, mesmo havendo associação da positividade de IgM anti-SARS-CoV-2 com as anormalidades placentárias e a gravidade da doença materna. Concluímos que há possibilidade de transmissão vertical, ainda que haja controvérsia entre os autores e, também, ressaltam a potencialização das respostas de anticorpos das vacinas, expondo resultados positivos para as gestantes e, até mesmo, para o feto.